O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou uma das características mais marcantes da sociedade atual. A cultura do consumo exacerbado afeta a todos, independentemente de gênero, nacionalidade, crença, poder aquisitivo e, o mais preocupante, faixa etária.
As crianças, ainda em pleno desenvolvimento, e portanto, mais vulneráveis que os adultos, infelizmente não ficam fora do alcance do consumismo e por sua vez sofrem cada vez mais com as graves consequências relacionadas aos excessos desse: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce do tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e da violência, entre outros.
Para o mercado, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos e serviços. As crianças influenciam 80% das decisões de compra de uma família ( TNS/ InterSciense, outubro de 2003). A publicidade, na televisão, é a principal ferramenta utilizada para a persuasão do público infantil. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis).
Esse mercado movimentou em 2006 cerca de R$ 33 bilhões, afirma o IBOPE. Isso somado a informação de que a criança brasileira passa em média 4 horas, 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à televisão, torna mensurável o impacto das propagandas no público infantil.
Embora as crianças sejam verdadeiros "prodígios econômicos" para o mercado, não se deve sacrificar seus valores sociais e éticos. Em suma não troquemos esses por um prato de lentilhas como nos ensina o texto bíblico. É necessário que haja uma restrição à propaganda destinada a criança no horário em que essa passa mais tempo em frente à televisão. Ainda mais importante deve ser a preocupação na formação de cidadãos e não somente de consumidores.